quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Família controlava venda de celular no PB-1 e cobrava até R$ 50 mil por aparelho; presos faziam ‘vaquinhas’ para comprar


Quatro pessoas de uma mesma família são investigadas por facilitar a venda de aparelhos telefônicos para presidiários da Penitenciária de Segurança Máxima de João Pessoa, o PB-1. Inflacionados, os preços alcançavam até R$ 50 mil e para garantir o contato com pessoas de fora da prisão, os apenados chegavam a fazer vaquinhas.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado, Allan Murilo Terruel, a prisão do grupo foi possível após o acompanhamento das ações para a venda dos celulares.
“Um dos agentes tinha um relacionamento com uma pessoa de fora e essa pessoa movimentou a família para colaborar na engenharia que eles programaram, de recebimento nos valores negociados com os presos. Monitoramos e descobrimos que essa pessoa tinha uma irmã e essa irmã tinha um relacionamento com o agente, daí em seguida monitoramos toda a vida dele. Hoje foi marcada a entrega de R$ 4 mil reais, nós flagramos e logo depois da entrega as pessoas receberam voz de prisão, que culminou nas prisões dos agentes”, destacou.
Apesar da polícia garantir que o episódio desta quarta-feira (19) não tem relação com a fuga de apenados do PB-1, registrada na semana passada. O delegado Allan informou que a apuração sobre o crime teve início após a prisão de uma das pessoas que teria tido ligação com o ataque a unidade prisional.
Rodízio de celular e comércio na madrugada
As investigações apontam que os agentes Manoel Ferraz de Lima França e Júlio Cesar Batista eram os responsáveis por entrar com os celulares no presídio. O esquema funcionava da seguinte forma: um preso, que liderava os demais, entrava em contato com o servidor da unidade prisional e em seguida demonstrava o interesse em adquirir o celular, que dependendo da marca poderia chegar a custar R$ 50 mil.
Em seguida, um outro agente levava o aparelho até o preso, que consequentemente disponibilizava o objeto para os demais apenados. Até agora, ficou constatado a participação de três presidiários nesse esquema de comprar e levar os aparelhos. Somente um dos apenados conseguiu comprar cinco unidades.
A polícia acredita que o comércio ilegal acontecia durante a madrugada, quando a fiscalização era reduzida. Alguns equipamentos já foram recuperados e outros devem ser bloqueados brevemente.

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